segunda-feira, 8 de março de 2010

Sorriso a 384.405 km

Por que a lua me sorri? Aquela lua amarela no céu escuro reflete no quarto a beleza do universo. Não estou só, não estou na escuridão. O prazer de, mesmo entre quatro paredes, dormir ao luar. Será o gato de Alice? Será a Monalisa? Que mistério, uma lua que sorri. Sorri debochada, como quem esconde um segredo óbvio. Sorri bela, impetuosa, mesmo estando por trás das nuvens. De repente, escuridão. Mas eu sei que ela ainda sorri. Eu a procuro, procuro, mas ela não aparece. Foi encoberta. Então, um ponto branco brilha no céu, tímido, porém forte. Os contornos da grande nuvem se tornam mais visíveis. Então surge a lua, bem no centro da janela. Não é preciso movimento. Sorri um sorriso distante, sim, mas que nunca esteve tão perto, pois se desta distância posso enxergar, quer dizer que ela sorri para mim. E me dá um medo, esses sorrisos tão abertos.


Outra nuvem aproxima-se. E passa. A lua dardeja, magnífica, estonteante, absoluta. Outra nuvem a encobre. Não me preocupo, sei que ela está lá, e sorri. Forçadamente, proponho-me a sorrir também. Como poderia permanecer triste, se o universo me sorri? Amanhã, o dia vai ser bom.

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