sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Livros nacionais e o mercado editorial‏ (texto de Danilo Barbosa)

Texto do meu colega e parceiro Danilo Barbosa, extraído do blog Literatura de Cabeça (http://www.literaturadecabeca.com.br/). Site super bacana, recomendo a visita. Quanto ao texto, fala muitas coisas que eu penso, decidi compartilhar!

Abraços literários.



Dizem por aí: livros nacionais e o mercado editorial‏.


Será que as bruxas estão soltas fora dos livros de contos de fada?!
Reclamações de autores, alegações de falta de pagamento, livros que não vendem... Gente triste pela literatura nacional que não parece fluir, outros que estão apoiando os autores nacionais com unhas e dentes, mesmo que na sua estante não tenha uma historiazinha brazuca que seja.
O que acontece de verdade no nosso mercado editorial?

A minha opinião é que todos nós somos errados. Eu, como leitor e autor, posso afirmar que o desrespeito do autor nacional é uma culpa da nossa geração. Crescemos achando que o importado sempre era melhor, tinha um gosto de novidade, de gostoso... E refletimos isso inclusive nos livros, mesmo tendo nos deliciado na série Vagalume, em Pedro Bandeira e Stella Car, compramos o nosso Sidney Sheldon e Stephenie Meyer de cada dia. Uns viraram leitores, outros escritores, mas continuam achando que o que vem de fora é "joinha".

Duvida? Então vamos ver: depois que Crepúsculo virou febre, quantos livros do tema saíram entre os novos autores? Enquanto a gente conta, vou a outro fato: a gente, como autor, e eu sou um grande exemplo, acha que as editoras estão fazendo o favor de nos publicar? Pois é, passei a me perguntar a mesma coisa. Se o seu texto for bom, ele vai bombar, não importa onde seja, se numa pequena ou gigantesca editora. Temos escritoras como Carina Rissi, Janaína Rico e Vanessa Bosso que fazem sucesso entre o seu público, independente de em que editora começaram. O motivo: bons textos e respeito ao leitor. E isso é importante.

Quando nos sujeitamos a fórmulas prontas vindas de fora e achamos que vendemos pouco não é porque o texto de determinado autor brasileiro é ruim... É porque ele segue o mesmo padrão dos outros. Penso que se não nos unirmos e utilizarmos a nossa mistura de raças, povos, crenças e criatividades ao nosso favor, a coisa nunca vai andar para frente. Somos tão inseguros que fazemos cursos com outros autores de como escrever. Gente, criatividade não se ensina! Dar vida as histórias que povoam a sua cabeça não lhe dá vocabulário. Ler dá. Ler e ler muito... Absorver palavras e adquirir conhecimento nunca é demais.

Eu amo este país e nossos autores. Afinal, sou um de vocês que chora quando um livro nacional é desprezado. Mas sinto falta da nossa brasilidade nas obras. Cadê a riqueza textual de um Érico Veríssimo, um Jorge Amado, uma Lya Luft. A ginga de Marcos Rey e o humor afiado de Luiz Fernando Veríssimo? A dor pungente de um Lúcio Cardoso? Deve ser por isso que raramente colocam livros novos nas clássicas leituras de colegial e vestibular... Acho que está em nosso cerne, dentro de nós, marcado na pele, esperando para se libertar. Temos de olhar para dentro de nós e saber quando somos verdadeiramente escritores ou não, qual história está pronta para ganhar os olhos do mundo. Ser escritor não é deixar uma história lançada ao vento, é deixar sua marca na cultura de um povo.

Dizem que só Paulo Coelho ganha a vida com livros... Gente, apesar de pessoalmente não gostar dos seus textos, sei que ele escreve há 30 anos! A luta e o respeito demoram, mas chegam... Lya Luft, diva literária, publicou a primeira obra depois dos 40. E isso não acontece só aqui... Lembre-se que o original de Carrie, do mestre Stephen King, foi retirado da lata de lixo pela sua esposa, que enviou a uma editora sem que ele soubesse. Todo mundo tem as suas lutas e para fazer a diferença, comece com seus filhos. Ensine-os que os livros nacionais são bons. Mostre as boas histórias que temos, compartilhe as coisas boas que já leu. Torna-lo um cidadão do mundo, inclui também ser brasileiro.

Assim, não só as editoras passam a investir nos autores com novos olhos, mas quem sabe as livrarias não tenham as nossas obras em vez dos best sellers nas principais prateleiras? Eu sou adepto das boas histórias e quero ver muitas por aqui o mais breve possível. Melhor ainda, quero dizer com todo orgulho: esse é um autor brasileiro!

Vou começar a mudar isso em mim. E você?

Um comentário:

  1. Gostei de conhecer o seu blog, estou seguindo ;)
    Beijinhos
    Renata
    Escuta Essa
    http://www.facebook.com/BlogEscutaEssa
    @blogescutaessa

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